Peso – Real – Uma Agenda de Real Peso para a Integração? 

Escrito por Ingo Ploger em .

Latin Trade June 2019

Peso – Real – Uma Agenda de Real Peso para a Integração? 

Ingo Plöger,

Brazilian entrepreneur, Pres., CEAL Conselho Empresarial da América Latina – Brazil

A visita do Presidente Bolsonaro do Brasil a seu colega argentino Presidente Macri, foi surpreendente por algumas ideias que não se ouviam a muitas décadas em nosso Hemisfério. Já em campanha eleitoral na Argentina, o presidente brasileiro não deixou dúvidas quanto ao apoio à reeleição de seu colega Macri no segundo semestre de 2019.  As notícias econômicas da Argentina não são boas, mas o valor da parceria estratégica entre o Brasil e a Argentina não deixa de ser considerada de alta relevância estratégica no Continente.  O debate sobre o destino desta parceria passa pela realização imediata de algumas ações, como o fechamento do Acordo Mercosul- União Europeia, e a facilitação de comercio entre os países do Mercosul. Deste entendimento antes conjuntural e imediato pelo efeito das eleições, lança o Presidente Bolsonaro, o desafio de uma moeda única Peso-Real para o Continente, a começar pelo Mercosul. A surpresa é geral, porque no primeiro momento pensa-se no enorme desafio brasileiro de estabilizar a sua estrutura econômica pelas radicais reformas que tem pela frente como o da Nova Previdência, a Reforma do Estado, a Reforma Tributária e a Política. Já na Argentina a situação não é diferente, pela estabilização da moeda, da redução da inflação e a privatização de serviços do estado. 

Como nesta situação seria possível se pensar em uma moeda de referência única, chamada de Peso-Real? Parece mais um missão impossível sul-americana.

Mas temos um antecedente na formação do Euro.  Talvez isto possa nos ensinar algo.

A Europa que saiu de uma das mais sangrentas guerras mundiais, buscou sucessivamente a sua integração desde a década de 50, quando estabeleceu pelo Tratado de Roma em 1957, politicas com o objetivo de aperfeiçoar as economias, eliminar barreiras comerciais e promover a circulação de força de trabalho e capital entre os países europeus. Em 1979 deu-se novo avanço com a criação do sistema monetário europeu.

O passo mais significativo no caminhar para a moeda europeia foi assinar do tratado de Maastricht, em 1992, que consagrou o nome de “União Europeia” e promoveu a União Económica e Monetária (UEM). Segundo os seus termos, as moedas nacionais darão lugar a uma moeda única europeia – desde que os países participantes preencham um determinado número de condições económicas. O mais importante dos “critérios de Maastricht” impõe que o déficit orçamental de um país não pode ultrapassar 3% do seu Produto Interno Bruto (PIB) por mais de um curto período de tempo. A dívida pública não poderá ser superior a 60% no mesmo PIB. Os preços e as taxas de juro devem também permanecer estáveis, tal como as taxas de câmbio entre as moedas dos países participantes.

A moeda única europeia, o Euro, surgiu em 1 de janeiro de 1999. A partir deste momento, o Banco Central Europeu passa a ser responsável pela política monetária que é definida e executada em Euros. As operações cambiais em Euros tiveram início a uma taxa próxima de 1.18 dólares por euro.O Euro, nos primeiros três anos, permaneceu uma moeda “virtual”, utilizada sobretudo por bancos e mercados financeiros. Em 1 de janeiro de 2002, o euro tornou-se uma moeda “real”, visível e tangível, data em que entraram em circulação as notas e as moedas de Euro. Ao mesmo tempo, inicia-se o período de retirada das notas e moedas nacionais, que terminou em 28 de fevereiro de 2002. A partir desta data, só o Euro adquiriu curso legal nos países da zona euro. Tal como o lançamento da moeda em si, a introdução do novo numerário em 12 países europeus foi um acontecimento histórico, que exigiu anos de meticulosa preparação e planificação.Foram muitos os desafios, assim como as dificuldades e os riscos, que o Banco Central Europeu (BCE), os bancos centrais e os governos dos países tiveram de enfrentar. 

Observando a evolução historica do Euro, a ideia de se criar um Peso-Real, mostra claramente que da ideia à realização, em um eco-sitema Sulamericano, teria que considerar o aprimoramento da estrutura do Mercosul com seus mecanismos estabelecidos para se iniciar a convergencia economica que no minimo levaria o mesmo tempo da UE, ou seja 10 anos.  Fundamnetal neste conceito é ter a visão de um decenio de transformação,  a união de propositos e a fixação dos criterios a serem alcançados para que o sistema seja sustentável e os participantes pudessem criar em seus estados coerencia para o ingresso no sistema. Se observarmos os criterios de Maastricht para a America do Sul, alguns paises hoje ja teriam a possibilidade de participar, como o Peru, Paraguai, Chile, Colombia, Brasil ( desde que tenha suas reformas aprovadas), Uruguai entre outras. A Argentina, Bolivia teriam pela frente alguns desafios maiores, sem falar da Venezuela. Porem um começo pode ser estabelecido com o objetivo maior de se estabelecer os criterios do sistema Peso-Real de estabilidade economica e possibilitando a possibilidade de adesão e o ingresso sucesssivo. A reformulação deste Novo Mercosul seria concebido neste arcabouços, possibiltando o ingresso de mais paises membros. 

Existe uma série de vantagens em dispor de uma moeda única, que constituíram a principal motivação para a criação do Peso-Real:

  • Crescimento do mercado interno pelo efeito de aumento de poder aquisitivo da população
  • Mais possibilidades de escolha e preços mais estáveis para os consumidores e os cidadãos;
  • Mais segurança e mais oportunidades para as empresas e para os mercados;
  • Maior estabilidade e crescimento económico;
  • Mercados financeiros mais integrados, crescentes investimentos e aumento de emprego
  • Maior peso da America do Sul na economia mundial;
  • Um símbolo concreto da identidade latino-americana.

As vantagens do Peso-Real por setores

Para as empresas:

  • Diminuição dos custos de transação, devido à eliminação dos câmbios;
  • Diminuição dos riscos nos negócios com países não pertencentes à America do Sul;
  • Maior facilidade no recurso ao crédito devido à diminuição das taxas de juro, o que favorece o investimento;

Para o cidadão:

  • É mais fácil comparar preços entre os países da zona do Peso-Real;
  • Facilita viajar pela America do Sul;
  • Os salários, as poupanças e as reformas tornam-se mais estáveis

As desvantagens da moeda única

  • Perda de soberania, por parte dos governos, sobre a taxa de câmbio e a taxa de juro, como instrumentos autónomos de política económica, pois as decisões a este nível são tomadas pelo Banco Central Sul Americano (BCSA);
  • Incapacidade de se utilizar de desvalorizações para se tornar mais competitivo nas exportações e no turismo.

A obrigatoriedade de se harmonizar politicas economicas saudáveis e integrativas aumenta em muito a segurança institucional democratica e o crescimento intra-regional dando uma autonomia negociadora forte em relação às demais moedas e regiões. A UE, apesar de seus movimentos como o BREXIT e os problemas existentes com os novos estados, ainda é a melhor inovação politica de integração do seculo XXI. A America do Sul, e não excluo a America Latina, que possue uma identidade cultural, historica, idiomatica muito mais harmonizada que a Europa, pode alavancar potenciais enormes aliados às tecnologias do seculo XXI que aceleram o progresso de todos os envolvidos dando um bem estar maior e mais equitativo a seus cidadãos. 

Uma Nova Politica como sendo mais ousada, corajosa e formulando visões conjuntas, mesmo que pareçam no momento impossiveis pela sirtuação, deverão receber o credito para se pensar num futuro melhor e ver um Peso-Real em 2029 acontecer!

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