A Ética e a IA – o novo Paradigma na América Latina

Escrito por Ingo Ploger em .

Artigo Latin Trade Maio 2019

A Ética e a IA – o novo Paradigma na América Latina – 

Ingo Plöger,

Brazilian entrepreneur, Pres., CEAL Conselho Empresarial da América Latina – Brazil

Pela globalização, novos padrões influenciam negócios diretamente. Conhecemos bem os efeitos do IRFC em nossos balanços, dos padrões de segurança com LATINCAP na área automotiva, emissões de Carbono Fóssil entre outros mais. Porém nunca na evolução na econômica global vimos a importância nos padrões serem tão relevantes como recentemente na Inteligência Artificial- IA-. Pelo enorme poderio de escala que a IA representa, trazendo em sua bagagem a Big Data, a velocidade de processamento inteligente e a alcance do networking, fazem dela hoje o maior paradigma no contexto empresarial, econômico. Sua abrangência se escala para além destas fronteiras alcançando a área social e política. Nesta escala afeta diretamente o escopo das sociedades globais, nas quais a América Latina está totalmente inserida. 

Na área social e política, observamos a atuação da IA nas eleições americanas, no BREXIT e nas brasileiras, onde as mídias sociais no final fizeram a diferença. O mesmo pode-se imaginar nas eleições argentinas. A exemplo da Cambridge Analítica a identificação por Big Data por exemplo do Facebook, da insatisfação individual e de grupos e relacioná-la a uma proposta política, faz com que a campanha se torna latamente direcionada pela mídia social.  O quanto este procedimento é politicamente sustentável ao tempo é a questão ética política com a qual nos deparamos. No campo social, as preferencias identificadas por algoritmos, fazem com que mecanismo de Estado poderão direcionar políticas públicas. A China tem-se utilizado deste mecanismo para realizar um “score” de conformidades para a avaliação de cidadãos o chamado Social Credit System para conceder preferencias ou punições 1).

Na área econômica, as 9 Gigantes Digitais, atuam diretamente com IA nos seus mercados não só globais, mas seletivamente em cada um de nossos países. Pela Internet recebemos diariamente preferencias pessoais e serviços e produtos originados por nossas buscas. No lado pessoal pelas nossas interações na mídia eletrônica, interpretadas pelas Siri´s ou PP recebemos respostas não solicitadas. Até certo ponto não nos incomodamos, mas começam a ser por muitos notados e qualificados como interferência em nossa privacidade.

Na área tecnológica percebemos que a IA tem dado progressos incríveis, na área da saúde, nos sistemas de trabalho, em procedimentos em machine learning entre outros. Mas quando entra em questões de segurança na qual a opção humana é substituída pela máquina, a questão quem toma decisões por quem se torna muito importante quando estamos em esferas de riscos letais. Em muitos casos, as decisões assumidas pelo IA, se sobrepõe ao Ser Humano, por considerar que é mais seguro ou porque a “maioria” assim optou. Estas implicam diretamente na escala de valores e se tornam Éticas. “Alguém” programa o algoritmo, nas melhores das intenções, e se torna a consciência do sistema.  Esta temática já conhecida e reconhecida como altamente sensível atinge várias sociedades diferentes. A resposta da União Europeia, foi de instalar uma plataforma de IA e Ética, da qual participam personalidades de reconhecido saber e propõe ao publico as alternativas e um guideline de princípios para se tornarem regulamentos ou leis.2)

Nos EUA, institutos de alto reconhecimento publico e privado como o MIT, estabelecem projetos de impacto ( p.ex. Moral Machine)para criarem paradigmas culturais que possam estabelecer padrões de conduta ética comumente aceitáveis. 3) Assim um veículo autônomo poderá no futuro ter uma programação europeia, diferente da asiática, uns dando preferência a diferentes grupos da sociedade em caso de um acidente fatal inevitável.

E a América Latina que padrão seguirá, e como se posicionará quanto a temas de sua relevância socio cultural?  A insipiente discussão em nosso continente já possui plataformas nas quais estas perguntas recebem endereçamento. Assim no Brasil 8 universidades, empresas e startups, lançaram um Advanced Institute for Artificial Inteligence (AI2) onde a FEI, estará liderando a plataforma do núcleo IA e Ética 4). AI pode turbinar o crescimento da América Latina em diversas áreas estratégicas como agronegócio, logística, saúde, educação sustentabilidade entre outros 5).

A questão central será como a América Latina definirá seu caminho através de seus valores ou  adotará padrões diversos? Várias iniciativas mostram que a América Latina, não esta alheia ao desafio. Tanto o Brasil, quanto a Argentina, Uruguay e outros países já definiram suas plataformas de Data Policy e de IoT e entram no debate sobre a Ética e a IA 6). É de se esperar que as instituições legislativas, de normas e regras autoproclamadas se instalem rapidamente no Continente. A grande questão é o quanto os empresários latino americanos estão se envolvendo nesta jornada, fazendo parte do debate entre a Ética e a IA de maneira humana, ativa sem se deixar levar pelas emoções.

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