Mega Eventos Disruptivos – Que alteram as tendências

Escrito por Ingo Ploger em fevereiro 11, 2020.

Artigo Latin Trade Fevereiro 2020

Mega Eventos Disruptivos –Que alteram as Tendências

Ingo Ploger

Brazilian entrepreneur, CEAL Brasil president

Ao desenhar cenários e megatendências, desenvolvimentos eram identificados que ofereciam as
possibilidades futuras de opções do possível e provável. O que estava fora deste cone de
possibilidades era considerado utopia.

Mas as modificações de tendências eram originadas por grupos pesquisadores que identificavam
eventos disruptivos que “bombardeavam"as tendências e as testavam por seus impactos. Cross
Impact evaluations eram simulados em modelos simples. Com o aumento de capacidade de
processamentos os modelos atuais podem calcular os impactos diretos e indiretos em velocidades
nunca antes imaginados. Porém o que evolui mais rápido do que este processamento foram as
complexidades das relações econômicas, sociais e politicas. Maior ainda a velocidade da
complexidade tecnológica e de suas interações cuja simulação se torna muito difícil. Nos resta
simular, em espaços maiores Megatendências, e em sistemas reduzidos de complexidade os
impactos mais disruptivos.

Estes impactos disruptivos, não mais se encontram em sistemas isolados, mas cada vez mais em
sistemas complexos, globais, e de difícil imaginação.

Eventos disruptivos mais evidentes, são os desastres naturais. Terremotos, maremotos, vulcões,
são imprevisíveis no tempo, na intensidade, e na dimensão embora a localidade onde podem
ocorrer são conhecidas. O que é novo, e a dimensão de seus efeitos secundários. Quando o
Vulcão Grimsvotn em 2010 na Islândia rompeu alem do normal, suas nuvens toxicas, paralisou a
aviação comercial na Europa por semanas, o mesmo ocorreu com o Vulcão chileno Puyehue em
2011, afetando a Argentina, Uruguai e Sul do Brasil. A aviação tem um impacto forte nas relações
comerciais e humanas hoje entre os países. Qual foi o impacto deste evento?

No Japão em 2011 no desastre de Fukushima houveram 3 desastre acumulados, o terremoto, o
maremoto e o vazamento de agua nuclear contaminada, como consequência. Uma parte do
Japão ficou paralisada, e consequências econômicas surgiram em diferentes áreas, como por
exemplo no suprimento de peças de aeronaves que só la eram produzidas. Outra consequência,
muito menos previsível, secundaria, foi que a Chanceler alemã em consequência do desastre
nuclear, promulgou uma saída da Alemanha da energia nuclear, com consequências dramáticas
na politica energética alemã.

Tentou-se caracterizar eventos de carácter altamente disruptivos como cisnes negros, raros, que
tem alto poder de modificar a realidade. A novidade agora são os cisnes verdes aqueles que são
originários da mudança climática. Talvez as dimensões de desastres climáticos primarias não
são tão grandes porem, a percepção publica é tamanha que modifica por completo a preferencia
do consumidor. Não se quer comprar produtos que poluam as cidades, que destruam florestas,
que poluam o mar e assim por diante.

A dimensão da saude é certamente outro fator altamente disruptivo. O Coronavírus atualmente
tem impactos imprevisíveis, não só na China, mas em outros países onde se identificam
infecções. Cadeias produtivas são colocadas em cheque, desabastecimentos, redução severa de
viagens a localidades de identificação infecciosa. As consequências ainda não são calculáveis, as
Bolsas internacionais refletem as noticias do contagio como se fossem elementos econômicos de
alto impacto. China fortemente afetada, valoriza o Dollar americano, desvalorizando outras
moedas e assim por diante.

Efeitos colaterais secundários e terciários são identificados em Mega Disruptive Events como
sendo maiores do que os primários. A causa disto é a interdependência gigantesca que temos
pela globalização das sociedades, nos campos econômicos, tecnologicos, mas mais ainda nas
áreas sociais e politicas. Um tema que se tornou uma Megatendências é a migração, para alguns
países um pesadelo, na analise dos movimentos migratorios, observamos que o que mais forca
populações inteiras a sairem de seus lugares, são mudanças climáticas, secas seculares,
inundações intermináveis etc. A segunda motivação e a situação econômica e depois vem os conflitos armados. O que vai custar aos países desenvolvidos a imigração? E as democracias e as
políticas nacionalistas que forcam novos movimentos radicais?

Um guerra comercial entre duas potencias econômicas, de repente levam a escolhas politicas de
sistemas tecnológicos como o 5G a adotar ou não um sistema.

Um novo olhar se faz necessário a estes eventos Mega disruptivos. É o de se utilizar os efeitos
secundários e terciários com a mesma intensidade dos efeitos primários. Percebemos que os
efeitos primários são os mais evidentes, porem nem de longe são tão virulentos e nefastos como
os secundários e terciários. Investimos pouco em avaliações deste tipo, e as surpresas se tornam
sempre maiores.

Disruptive Mega Event Assessment com metodologias que estudam os efeitos colaterais
secundários e terciários poderiam ajudar a nos preparar para visualizar os riscos sistêmicos que
corremos. Ninguém mais tem duvidas que as concentrações produtivas globais, são um risco,
muito maior do que imaginamos, sabendo que as localizações e os ambientes escolhidos para
estas produções nos trouxeram produtividades incríveis, mas estão sujeitas a interrupções que
podem colapsar empresas e economias.

Serão outros agentes do que as Agencias de Rating, Auditorias ou Consultorias de Risco que nos
darão avaliações de consistência destes Disruptive Mega Event Assessment. Talvez
Instituições Multilaterais, poderão agregar a academia, economia e governos, de varias regiões,
com informações de credibilidade e rasteáveis, isentas de influencia politica local, interesses
economicos, de grupos de pressão, para buscar conhecimentos novos e discutíveis em níveis
regionais e locais, com transparência e abertos.

Mas parece que estamos vivendo a corrente contraria, cada um protegendo o seu, sem pensar no
bem maior, ate todos sofrerem do mal maior. Foi assim em muitos de nossos desastres mundiais.
Mas será que precisamos chegar a isto?

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