Liderança e Governança, como interagem entre si?
A liderança evoluiu em sua forma e se transformou em um mundo moderno. No mundo contemporâneo, o estilo prevalecente nas sociedades democráticas, nos quais o cooperativo, orientado por princípios e propósitos, o motivador e insercivo, contrário ao imperativo e autoritário.
Esta liderança oferece na sua condução o espaço para o antagonismo, pluralismo, e o controverso como sendo uma fonte para a inspiração, inovação e transformação, o que requer do líder e do liderado, tolerância, resiliência, participação e transparência.
A corporação para assegurar que seus líderes possam exercer esta liderança, não por acaso ou capricho, mas pela institucionalidade, buscam na governança a forma de assegurar que este estilo tenha espaço e regramento que possibilitem reivindicar democraticamente o procedimento.
A governança democrática e participativa, é diferente da autoritária e imperativa. A governança pode trazer campos amplos ou mais restritos em função de seu legado, da sua visão e de seu momento de transformação. A boa governança não é um engessamento corporativo de regras, mas de guidelines móveis para um futuro incerto orientado por princípios que serão exercidos pela liderança participativa.
O que caracteriza a boa governança corporativa?
A governança estabelece a rota, o caminho, a forma do exercício da liderança na instituição.
A BOA governança mostra com transparência, que a corporação deve estabelecer de maneira visível a todos (para depois poder ser cobrada) seus objetivos, seus valores e sua missão. Na sua visão de futuro, demonstra qual o valor que ela quer dar à sociedade, aos seus shareholders, a seus stakeholders, colaboradores e parceiros.
Deve mostrar o que ela NÂO quer, pelo seu código de conduta, onde estão os limites da maximização de resultados, sem ferir a ética, os bons costumes, o respeito humano, entre outros. Este guideline tende a se ajustar aos tempos, pois as diversas sociedades e culturas modificam sua interpretação de valores o que deve ou não ser atendido.
A BOA governança pode mudar de região a região, dependendo dos valores culturais e éticos que esta sociedade aceita ou não. Mas a busca de conceitos universalmente aceitos precisa ser buscada com parcimônia, por exemplo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis ODS’s da ONU, podem ser um guideline geral, aprimorado nos mercados em que se atua.
A BOA governança, não vai definir a ética, os valores, mas vai colocar em seu road map a necessidade em tê-las e de maneira transparente mostrar a todos seus compromissos assumidos publicamente. Segue depois o estilo de liderança para implantá-los a toda a organização.
A governança transformadora
A governança transformadora oferece rotas aos líderes para exercer com excelência inovação, criatividade, novas frentes, novas formas de sair do atual para buscar um novo patamar. Permitir a diversidade de ideias e formas de exercício, parte do pressuposto que outras formas de pensar sejam possíveis.
Isto faz com que a organização seja arejada pela diversidade de pessoas, no convívio de idades diversas, culturas diversas, origens diferentes ampliando a tolerância ao limite do possível. Por outro lado, ao se abrir desta forma, precisa estar preparada para o incremento de conflitos, de adversidades, de embates, do contraditório.
Para que isto seja possível devera ser oferecido um regramento de respeito, de limites, tolerância, para que nenhuma das partes seja alijada, por preconceitos.
A governança transformadora, atinge privilégios, direitos, costumes, tradições, as vezes o sentimento de autoridades contestada.
Por ser um processo transformador atinge a mudança das pessoas e de pessoas. É sensível por natureza e nem sempre por todos acompanhada.
Se faz necessário que o regramento desta transformação seja muito bem estabelecido, em seus objetivos de curto, médio e longo prazo, as formas de montagem desta rota, a participação de cada um e a expectativa objetiva do novo, não só na instituição, mas nas pessoas e equipes.
A BOA governança traduz a transformação institucional para novos patamares previsíveis.
Uma instituição que foi liderada, por muitos anos por seu fundador, e o mesmo tenha exercido um estilo de liderança justo, confiável e eficaz, não garante que a mesma instituição siga os rumos preconizados por esta personalidade. Outros que o seguirão, terão valores, estilos e visões diferentes. A trilha de seu antecessor não será mais a mesma, pois serão eles que darão o rumo.
O exercício da BOA liderança no exemplo acima, seria redesenhar os princípios, valores e visões, conhecer o legado e desenhar uma visão mais ampla dos novos líderes e seus share e stakeholders. Este caminho trará certamente fortes modificações, mas demonstram que para se buscar um novo futuro, será necessário encaminhar novos procedimentos. Em muitos casos o legado sendo percebido como algo que precisa ser preservado, servirá de exemplo e resgate nas decisões difíceis. Mas há casos onde o legado é muito mais uma ancora que segura e não deixa nada se desenvolver, e aí duramente ter-se-á que cortar amarras para estabelecer novos legados. Nunca é um processo fácil…
Mitos da governança
Quem tem uma governança estabelecida, terá seu futuro assegurado
É muito comum se observar que instituições que tem um regramento muito explicito, comunicado, detalhado, de repente incorrem em situações desastrosas.
Não é suficiente ter um regramento super organizado e não se cuidar que a liderança esteja alinhada aos princípios, valores e objetivos da organização. Ou que o alinhamento ao regramento é tão formal, que se torna burocrático, não inovador não desenvolvedor e engessa a organização em seus caminhos.
Se a governança for interpretada como o regramento antes dos propósitos, certamente não alcançará seus resultados.
A governança evita conflitos
A governança transformadora, pelo contrario é repleta de conflitos e antagonismos. Ela assegura que se deem espaços para que esta energia libertada consiga fazer mudanças inovadoras.
A BOA Governança estimula o contraditório e o diverso para ampliar a criatividade dentro de um regramento civilizado, controlado pela tolerância, bom senso e respeito.
A governança conduz os objetivos diversos de maneira ordenada, assim os objetivos de um Conselho, não necessariamente são idênticos aos dos executivos ou aos acionistas, e as diferenças são conduzidos em grêmios distintos com regramentos diferentes, de maneira ordenada.
A governança não permite conflito de interesses
Uma organização é sempre composta por seres humanos, e estes se desenvolvem conforme a vida se estabelece. Uma boa organização sempre irá evitar conflito de interesses.
Mas quando estes ocorrem evita-las de maneira abrupta nem sempre é o certo. Se uma CFO se enamorar por um Executivo subordinado a ela, e casam.
Um dos dois terá que ser demitido? Um bom regramento mostra o conflito de interesse, em que área, em que situação, e o coloca ao board de ética, que estabelece regras para evitar situações de conflito de interesse.
Assim todos estão conscientes, e a probabilidade de ocorrer um erro será bem menor, talvez até pelo contrário, estes cuidados faça com que os dois sejam muito mais atenciosos do que outros.
A governança reduz a responsabilidade do líder, porque todos estão comprometidos
Quantas vezes nos confrontamos situações que uma instituição difunde seus valores, e muitas vezes a experiência mostra um comportamento bem diferente.
… bem todos devem saber o que pensamos… É claro que não é suficiente!
… eu vi que não estava certo, mas não era a minha área, sendo assim não opinarei…
A governança NÃO substitui a liderança! Ela oferece a estrada, os recursos, as regras do jogo para que a liderança e a excelência façam a diferença.
A liderança precisa exaltar a excelência, ou seja, cada um carrega em si o poder da excelência… se não, não deveria fazer parte da instituição. A atitude diante da excelência deve ir além de sua competência, sabendo a forma de agir, aí sim pela BOA governança.
A governança assegura a autoridade do líder
Esta é a regra mais conhecida e seguida.
E se o líder errar, e talvez até propositadamente? Continuo a seguir obedientemente suas instruções?
Vimos excelentes empresas envolvidas em corrupção institucionalizada…
A governança pode assegurar o bom exercício do poder, dando transparência a desvios e erros.
Compliance não e só uma regra de comportamento pelo certo, mas também um encorajamento para uma atitude de coragem cívica. A organização que se compromete com o certo tem a grande chance de não incorrer em injustiças, para quem quer que seja.
IPDES e a Liderança e Governança
Pela experiencia de nossa equipe em organizações empresariais, institucionais, e governamentais, fomos protagonistas de mudanças transformacionais profundas. Não só no Brasil, mas na America Latina e internacionalmente.
Por esta experiencia, adquirindo conhecimento e sabedoria pelos processos humanos, e institucionais nos concentramos na MENTORIA destas transformações.
O difícil é sempre instaurar o processo de mudança ( change management) em pessoas e organizações.
Mas o mais importante e formar a ideia e o ideal. O mindset transformador.
A consultoria é imprescindível, o coaching acelera a mudança, mas o que de fato faz a mudança se instalar, é o desenvolver da visão e dos propósitos daqueles que comandam a instituição.
Ser MENTOR é ser o parceiro, que tenha a senioridade, experiencia e a sabedoria de fazer o IMPORTANTE primeiro. É aquele que no final do dia recebe a confiança do empreendedor, para conduzir o processo difícil da imaginação, idealização e de como fazer.
Preparar as partes para a jornada, mostrando a elas as dificuldades, e os riscos, e ao final conduzindo o processo como Mentor (o melhor amigo de Ulysses) fez com o filho de Ulysses ( Telêmaco), preparando-o para ser um bom rei na ausência de seu pai ( que foi para Troia batalhar).
IPDES e seus Mentores
Ingo Plöger, reuniu pela sua experiencia pessoal durante sua trajetória como consultor, executivo, empresário, conselheiro e mentor, um renomado grupo de Mentores, que como ele atuam em várias circunstancias, transformações fortes e duradouras em empresas, instituições das mais diversas origens.
Acreditando que missão de todos é se dedicar ao próximo, este grupo apoia e trabalha pro-bono em instituições do terceiro setor, hospitais, institutos de longa permanência, institutos culturais, empresariais entre outras.